A MOITA DO MOITA

A MOITA DO MOITA

Eu só não quero é ter remorso.

08 outubro 2014

Transposição

Voltou-se a falar na transposição do Rio São Francisco, todas as matérias jornalísticas, que eu li, falam: “de controvérsia ambiental”.

Não há nada de controvérsia ambiental. O rio é o talvegue, expressão que define a área mais baixa de uma região. Onde todas as águas, obrigatoriamente têm que passar. As águas que se infiltram em toda a bacia de um rio, que não são evaporadas ou absorvidas por plantas e animais, retornam ao rio, ou superficialmente ou por percolação /lixiviamento e o rio as empurra pro mar.

O mar é salgado, não porque um navio carregado de sal, nele afundou, como me ensinou a minha bisavó. Mas, porque ele não deságua pra lugar nenhum. Só evapora. O vapor d’água não carreia o sal. Esse fica. E é por isso que o mar é salgado.

E os rios são os drenos naturais e de dessalinização de uma região. Com a transposição, o São Francisco não deixará de ser esse dreno, apenas drenará e dessalinizará outras regiões, além de levar água doce a regiões onde, durante longos períodos, não existe.

O que tem que ser feito, simultaneamente, é a sua revitalização: dragagem, em alguns pontos e refazer as matas ciliares em suas margens e afluentes.

Não adianta tentar conter á agua que cai no Nordeste porque a água não pode ser represada, totalmente. A ideia de se construir barragens sucessivas, na mesma bacia, com o objetivo de reter o excesso d’água superficial e subterrânea, na época das chuvas é, igualmente, equivocada.

Deve-se, em qualquer circunstancia, deixar que, pelo menos, dois terços da recorrência de chuvas flua sobre toda extensão da bacia até o mar. Para mantê-la dessalinizada. Sob pena de o efeito mar recair sobre todas as barragens, a começar da mais próxima da foz.

Acontece que as propriedades rurais têm donos. Acontece que as propriedades rurais, normalmente, se limitam através de rios. Rios que são os formadores de bacias. Portanto as bacias têm donos.

As leis que existem não são aplicadas e não proíbem que cada dono daquela bacia construa um açude. Se todos podem e constroem, a água não chegará ao mar. E aí, de novo, teremos o efeito mar recaindo em cada um dos açudes, a começar pelos que menos transbordam que são os últimos novamente.

É preciso que aprendamos com a NATUREZA. Agora, se não sabemos, é melhor ficarmos calado. E não inventar nada.

Eu desejo rogar uma praga maligna aos ditos ambientalistas, verdes, histéricos e a todos os que são contra a transposição do São Francisco. Tomara que a sua casa, a sua cidade e toda a sua região fique sem água potável por um mês só. Só quero 1 mês.

Quando leio sobre a transposição
do famoso Rio São Francisco,
muita gente avalia o seu risco
com aparente acuidade e precisão.

Teorias absurdas surgirão
dos verdes e histéricos ambientais,
jornalistas opinando, é demais!
Fomentando tremenda confusão

O que se passa, de fato, é leviano.
A imprensa irresponsável ou por engano,
deixando a população atoleimada.

É que sempre apareça um abelhudo.
O jornalista fala sobre quase tudo,
mas entende quase tudo sobre nada.

E. P. Lopes (O Moita)

PS: Publiquei este artigo, na Moita do Moita, em Janeiro de 2009, mas não sabia que a minha praga iria pegar em São Paulo. Perdão. rsssss