A MOITA DO MOITA

A MOITA DO MOITA

Eu só não quero é ter remorso.

28 maio 2011

Não se pode exagerar

Essa histeria do PT em cima do Politicamente correto, Já ta deixando o brasileiro em polvorosa. Ninguém sabe mais o que dizer, o que declarar, o que pensar; que é o pior.

Ta parecendo com a igual histeria dos VERDES que também elegeram umas cartilhas que igualmente levam os brasileiros a não saberem mais o que fazer e/ou o que pensar.

Se há uma afro descendente gostosa na minha vizinhança; não sei mais se posso dizer: Oh! Mulata gostosa!

Se há uma trepadeira invasora no meu jardim, já não sei mais se posso cortá-la sem a culpa de ser processado pelos verdes.

Acho tudo muito histérico.

Conheço proprietários rurais em Garanhuns e Caetés – PE, (terra do Lula) que vivem mal com 1,5 hectares de terra, plantando feijão. Agora Dilma quer vetar o novo Código Florestal, aliás, muito bem discutido e elaborado por Aldo Rebelo, obrigando esses produtores a reservar algum percentual de sua ínfima propriedade para deixar o mato crescer.

Perdi a paciência. Se fora eu um daqueles agricultores mandaria a Dilma a PQP.

Enquanto tudo isso acontece e antes que censurem o Ataulfo Alves, vamos ouvi-lo.

Ouça aqui

23 maio 2011

É assim que a gente fala

A gente há de lembrar:
há diferenciação.
Porque cada região
tem seu jeito de falar.
O Nordeste é exemplar
Tem um jeito que embala
Que a outro não se iguala
Alguém chato é Abusado
Se quebrou, Tá Enguiçado
É assim que a gente fala

Uma ferida é Pereba
Homem alto é Galalau
Ou então é Varapau
E coisa ruim é Peba
Venda pequena é bodega
O sovina é Pirangueiro
E o que não paga é Xexeiro
Enguiçar é Dar o Prego
Lugar longe é Caxaprego
E cisco no olho é Argueiro

Ladainha é Lengalenga
E um estouro é Pipoco
Qualquer botão é Pitoco
E confusão é Arenga
Uma disputa é pendenga
Fantasma é Alma Penada
Uma conversa fiada
Por aqui é Leriado
Homem rico é Estribado
Mulher metida - Amostrada

O nosso palavreado
Não se pode ignorar
Pois ele é peculiar
E bonito, é Arretado
E é nosso jeito falado
Quem não entende se cala
Dizer que esperma é Gala
É feio pra muita gente
Pode não ser coerente
É assim que a gente fala

Você pode estranhar
Mas ele não tem defeito
Aqui bala é Confeito
Rir de alguém é Mangar
Mexer em algo é Bulir
Paquerar é Se Inxirir
E correr é Dar Carreira
Qualquer coisa torta é Troncha
Marca de pancada é Roncha
E caxumba aqui é Papeira

Longe é o Fim do Mundo
E garganta aqui é Goela
Veja que a língua é bela
E nessa língua eu vou fundo
Tentar muito é Pelejar
Apertar é Acochar

Se for muito parecido
Diz-se Cagado e Cuspido
E uma fofoca é Babado

Desconfiado é Cabreiro
Travessura é Presepada
Uma cuspida é Goipada
Frente de casa é Terreiro
Dar volta é Arrudiar
Confessar, Desembuchar
Quem trai alguém, Apunhala
Distraído é Aluado
Quem está mal, Tá Lascado
É assim que a gente fala

Aqui valer é Vogar
Quem dá furo é Fuleiro
E parir é Descansar
Um rastro é Pisunhada
E grávida é Amojada
E pão-dura é Amarrada
Verme no bucho é Lombriga
Com raiva Tá Com a Bixiga
Mulher com medo - Acuada

Tocar em algo é Triscar
O último é Derradeiro
E para trocar dinheiro
Nós falamos Destrocar
Tudo que é bom é Massa
O Policial é Praça
Pessoa esperta é Danada
Vitamina dá Sustança
A barriga aqui é Pança
E porrada é Cipoada

Alguém sortudo é Cagado
Capotagem é Cangapé
O mendigo é Esmolé
Quem tem pressa é Avexado
A sandália é Apercata
Uma correia, Arriata
Sem ter filho é Gala Rala
O cascudo é Cocorote
E o folgado é Folote
É assim que a gente fala

Perdeu a cor é Bufento
Se alguém dá liberdade
Pra entrar na intimidade
Dizemos Dar Cabimento
Varrer aqui é Barrer
Se a calcinha aparecer
Mostra a Polpa da Bunda
Mulher feia é Canhão
Neco é para negação
Nas costas, é na Cacunda

Palhaçada é Marmota
Tá doido é Tá Variando
Mas a gente conversando
Fala assim e nem nota
Cabra chato é Cabuloso
Insistente é Pegajoso
Remédio aqui é Meisinha
Chateado é Emburrado
E quando tá Invocado
Dizemos Tá Com a Murrinha

Não concordo, é Pois Sim
Tô às ordens é Pois Não
Beco ao lado é Oitão
A corrente é Trancilim
É Volta, sem o pingente
Uma surpresa é, Oxente!
Quem abre o olho Arregala
Vou Chegando, é pra sair
Torcer o pé, Desmintir
É assim que a gente fala

A cachaça é Meropéia
Tá triste é Acabrunhado
O bobo é Apombalhado
Sem qualidade é Borréia
A árvore é Pé de Pau
Caprichar é Dar o Grau
Mercado é Venda ou Bodega
Quem olha tá Espiando
Ou então, Tá Curiando
E quem namora Chumbrega

Coceira na pele é Xanha
E molho de carne é Graxa
Uma pelada é um Racha
Onde se perde ou se ganha
Defecar se chama Obrar
Ou simplesmente Cagar
Sem juízo é Abilolado
Ou tem o Miolo Mole
Sanfona também é Fole
E com raiva é Infezado

Estilingue é Balieira
Uma prostituta é Quenga
Cabra medroso é Molenga
Um baba ovo é Chaleira
Opinar é Dar Pitaco
Axilas é Suvaco
E cabra ruim é Mala
Atrás da nuca é Cangote
Adolescente é Frangote
É assim que a gente fala

Lugar longe aqui é Brenha
Conversa besta, Arisía
Venha, ande, é Avia
Fofoca é também Resenha
O dado aqui é Bozó
Um grande amor é Xodó
Demorar muito é Custar
De pernas tortas é Zambeta
Morre, Bate a Caçuleta
Ficar cheirando é Fungar

Omoplata, aqui é Pá
Um mal-estar é Gastura
Um vento bom é Frescura
Ali, se diz, Acolá
Um sujeito inteligente
Muito feio ou valente
É o Cão Chupando Manga
Um companheiro é Pareia
Depende é Aí Vareia
Tic nervoso é Munganga

Colar prova é Filar
Brigar é Sair no Braço
Nosso lombo é Ispinhaço
Faltar aula é Gazear
Quem fala alto ou grita
Pra gente aqui é Gasguita
Quem faz pacote, Embala
Enrugado é Ingilhado
Com dor no corpo, Ingembrado
É assim que a gente fala

Um afago é Alisado
Um monte de gente é Ruma
Pra perguntar como, é Cuma
E bicho gordo é Cevado
A calça curta é Coronha
Um cabra leso é Pamonha
E manha aqui é Pantim
Coisa velha é Cacareco
O copo aqui é Caneco
E coisa pouca é Tiquim

Mulher desqualificada
Chamamos de Lambisgóia
Tudo que sobra, é Bóia
E muita gente é Cambada
O nariz aqui é Venta
A polenta é Quarenta
Mandar correr é Acunha
Ter um azar é Quizila
A bola de gude é Bila
Sofrer de amor, Roer Unha

Aprendi desde pivete
Que homem franzino é Xôxo
Quem é medroso é um Frouxo
E comprimido é Cachete
Sujeira em olho é Remela
Quem não tem dente é Banguela
Quem fala muito e não cala
Aqui se chama Matraca
Cheiro de suor, Inhaca
É assim que a gente fala

Pra dizer ponto final
A gente só diz: E Priu
Pra chamar é Dando Siu
Sem falar, Fica de Mal
Separar é Apartá
Desviar é Ataiá
E pra desmentir é Négo
Quem está desnorteado
Aqui se diz Ariado
E complicado é Nó Cego

Coisa fácil é Fichinha
Dose de cana é Lapada
Empurrão é Dá Peitada
E o banheiro é Casinha
Tudo pequeno é Cotoco
Vigi! Quer dizer, por pouco
Desde o tempo da senzala
Nessa terra nordestina
Seu menino, essa menina!
É assim que a gente fala

Ismael Gaião