Repetido, sobejamente conhecido, antigo, porém atual.
Durante o século 18, o Brasil Colônia pagava um alto tributo para seu colonizador, Portugal.
Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso país e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de "O Quinto". Esse imposto recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro.
O "Quinto" era tão odiado pelos brasileiros, que, quando se referiam a ele, diziam... "O Quinto dos Infernos". (Essa é a origem da expressão)
E isso virou sinônimo de tudo que é ruim.
A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os "quintos atrasados" de uma única vez, no episódio conhecido como "Derrama".
Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de "Inconfidência Mineira", que teve seu ponto culminante na prisão e julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário IBPT, a carga tributária brasileira chegou ao final de 2010 a 38% ou praticamente 2/5 (dois quintos) de nossa produção.
Ou seja, a carga tributária que nos aflige é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente "dois quintos dos infernos" de impostos...
Para que?
Para sustentar a corrupção?? Os mensaleiros?? O Senado com sua legião de "diretores", a festa das passagens, o bacanal (literalmente) com o dinheiro público, as comissões e jetons, a farra familiar nos 3 poderes (executivo/legislativo e judiciário).
Nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do "quinto dos infernos" para sustentar essa corja, que nos custa (já feitas as atualizações) o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa.
Você sabia que temos 74 impostos diferentes?
E que, de 1993 até hoje (17 anos), foram alteradas 251.328 regras e normas nesses impostos?
Foram, em média, 14.784 alterações por ano.
1.232 alterações por mês.
56 alterações por dia útil.
Ou seja, os empresários têm que passar mais tempo lendo os boletins tributários federais, estaduais e municipais do que envolvido com as estratégias do seu negócio.
Se a saída é o imposto único ou imposto cidadão ou qualquer outro apelido, eu não sei. Mas não posso concordar com esses “DOIS QUINTOS DOS INFERNOS”.
E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a metade dos impostos que pagamos atualmente!
(E esperem que ainda vem, novamente, a CPMF).