A MOITA DO MOITA

A MOITA DO MOITA

Eu só não quero é ter remorso.

30 junho 2007

Parecer autêntico

José Américo de Almeida, paraibano, romancista, autor de A bagaceira, Governador da Paraíba, Ministro de Getulio Vargas foi a Paris em missão oficial e lá lhe disseram:

- Ministro não sabia que o Senhor falava francês tão bem assim!
- Falo, sim, mas nunca precisei botar a boca em cone para parecer autêntico.

Vejo os políticos de hoje, na tribuna do Senado tentando se defenderem e parecerem honestos e não vejo um pingo de autenticidade. Os cálculos de Renan, o choro de Roriz, o aperreio de Quintanilha, as manobras escandalosas para evitar a cassação do Senador são de uma desfaçatez impressionante.

Aí, bate a saudade de políticos como Zé Américo, que não precisava se "esforçar" para parecer autêntico; nem falando francês.

29 junho 2007

Corrente

Convocaram-me para citar os 5 blogs que mais odeio.
Não faria isso, até porque sou covarde.

E também porque odiar é um sentimento odioso.

Mas direi o que menos gosto em blogs.

Muito embora os visite constantemente e muitissímos deles por puro prazer, porque são muito bem escritos.

1º - O blogueiro que lhe visita e nem lê o seu post.
Ele não vem pra ler. Ele vem pra fazer propaganda do blog dele, Tipo: escrevi sobre o preço da cobertura do boi do Renan com a bezerra do Roriz. Visite-me. Ou, passe lá.

2º - Copio, literalmente, o que Walter Carrilho escreveu. Se ele me permite.
Blog das celebridades: "dá para contar nos dedos as celebridades que têm algo útil para dizer. Aparentemente nenhuma delas possui um blog. Mas as que têm um vácuo no cérebro curtem a idéia de escrever sobre a cor da tinta que colocaram na sala".

3º- Blogs que, depois que você faz seu comentário, aparece um a advertência : Seu comentário foi salvo mas depende da aprovação do DONO do blog pra ser publicado.

Fico pensando..., todo escritor, jornalista e etc., tem pavor à censura.
Não sei por quê, mas quando leio a afirmação acima, penso: Ué! será que me vão censurar.

blogs que você tem que digitar umas letrasnumerozinhos, que invariavelmente são feitas pra atrapalhar. É o L que parece T, o 6 que parece G, o R que parece Sete e ainda por cima todos cortados por traços, curvas, tangentes e secantes que foram feitas só pra você não ter certeza do que está digitando.

Alguns dizem: é por pura questão de segurança. Outros: é recomendação do provedor. Como diria o Soube. É? É!
Pergunto eu, analfabeto em informática, tem certeza?

5º - A Moita do Moita.
Esse! Eu odeio mesmo. Quase não tenho tempo pra nada e ainda tenho que me preocupar com essa coisa.

27 junho 2007

Corrupção, amnésia, corrupção

De tanto esculhambação
já estou com pena é de mim.
Prisões são feitas de bolo
de doce, de alfenim.
Perguntei o ano inteiro:
de quem era o dinheiro
do dossiê Alkimin?

O dossiê anti alkimin
tornou-se um grande mistério.
No Brasil nada se apura
é um país sem critério.
O dinheiro era seu?
Juro que não era meu.
Acharam no cemitério?

Mas o que eu acho pior
É que todo mundo esqueceu
A policia federal,
O cego, o mudo, o sandeu,
juiz, político, auditor.
Até o procurador!
O que diabo aconteceu?

Prosperidade do Mantega
e os bois do Senador,
a relaxada da Martha,
o Zuleido construtor,
e a bezerra do Roriz
constroem o melhor país
que Deus, no mundo, botou.

22 junho 2007

Nova espécie humana

No Brasil, as preocupações com os ricos são infinitamente maiores do que as preocupações com os pobres.

Comecemos com os aeroportos. A crise do apagão aéreo tem mobilizado diuturnamente toda a elite brasileira, imprensa, Senado, Câmara dos deputados e etc.

As rodoviárias, especialmente as do interior do nordeste, têm, nos seus banheiros, casos de saúde publica que a vigilância sanitária já deveria ter interditado alem de instalações precárias, ônibus caindo aos pedaços, pneus carecas, imperícia de motoristas que muitas vezes bebem ao longo do trajeto. É um inferno.

As Universidades são uma preocupação constante do Congresso e da imprensa. São projetos de melhoria e aperfeiçoamento constantes. As escolas públicas primárias funcionam muitas vezes sobre carcaças de ônibus abandonadas e com os mesmos aspectos sanitários com que descrevi as rodoviárias,

A separação está simplesmente e inclusive no fato que tudo que é pros ricos, pras elites é federal: universidades, aeroportos. E tudo que se destina aos mais pobres é municipal: escolas públicas primárias, rodoviárias e o prudente etc.

Não estou defendendo que o apagão aéreo e certos aspectos falhos das universidades não sejam motivos de preocupação e suor no sentido de corrigi-los.

O que defendo com veemência que não se criem no Brasil duas novas, diferentes espécies de seres humanos; os ricos federais e os pobres municipais. Se já não foram criadas.

12 junho 2007

Matemática

“Duas quantidades iguais a uma terceira são iguais entre si”.

Essa verdade matemática parece ter alguma coisa a haver com o que vou dizer abaixo.

Conta-se que na ditadura militar, pagava-se 1 Mil cruzeiros ou dólares, sei lá, por comunista delatado.

Chegou um cara e disse:
- Coronel, os senhores vão me pagar 40 Mil, pois eu conheço, pessoalmente, 40 comunistas.

- Prendam esse sujeito.
- Por quê? Coronel.
- Porque quem conhece, pessoalmente, 40 comunistas só pode ser um deles ou, com eles, esteja envolvido.

O que faria aquele Coronel? Sabendo que o Lula tem 16 AMIGOS (só que eu contei), que representam mais do que apenas conhecidos, envolvidos com roubalheiras, contravenções e etc.

Eu, por exemplo, não tenho nenhum amigo e nem conheço, pessoalmente, ninguem assim. E vocês?

08 junho 2007

José Cavalcanti, (1918 -1994) político Paraibano, Prefeito, Deputado, era muito engraçado e sarcástico.
Escrevera muitos livros entre eles, Potocas, piadas e pilhérias; Casca e nó; Sem peia e sem cabresto; Bicho do cão; Gaveta de sapateiro; Bisaco de cego; Quengada de matuto; Papo furado; Espalha brasas; Rabo cheio; Caga-fogo; Busca-pé; Um setentão; e outros tantos. Assumiu a sua Cadeira na Academia Paraibana de Letras, no dia 19 de setembro de 1981.

Essas são de 1969, porem super atuais:

Numa eleição, primeiro aparecem as dúvidas, depois as dívidas.

Político pobre é como mamoeiro: quando dá muito dá duas safras.

Um político na sela e um eleitor na garupa, o cavalo é do eleitor.

Eleitor de político pobre é como eco: responde, mas não vem.

Político pobre é como jabuti: tem as pernas curtas.

Político não mente: inventa a verdade.

Político pensa uma coisa, diz outra, e faz o contrário.

Quando o político diz que tem dúvidas sobre uma coisa, no íntimo já tem certeza.

A política é cega: o seu guia é o interesse.

A Ambição política é como tosse: ninguém consegue escondê-la.

O triste na política é pensar que o amigo está lhe traindo, e ver que está mesmo.

Político é um sujeito hábil que nunca falha na solução de um caso, se o caso é dele.

Político sabido é o que vende os correligionários e compra os adversários.

O político sempre deixa pra amanhã o que promete hoje.

Quando dois políticos confabulam e negociam, um terceiro será vítima.

Deputado é um sujeito que adora discussão, mesmo sem saber o que discute.

Político é como mandacaru: nem dá sombra nem encosto.

Quem faz política é como quem amassa barro: não tem medo de respingos de lama.

Quem faz política é como quem atira no vôo: só aperta o gatilho na hora certa.

Em política não se tem alternativa: ou engana ou será enganado.

A reeleição é mais uma oportunidade que o povo dá ao político pra ele errar de novo.

Política também é uma religião: o poder é o paraíso, a oposição o purgatório e o ostracismo, o inferno.

Governo é como dono de roleta: todos torcem contra ele.

Político é como gato: pede miando e come rosnando.

Governo não faz saneamento básico, porque esgoto é como erro de médico: a terra esconde.

Político, em campanha, é como taxista: se oferece sem ser chamado.

Político é como vendedor de fumo em corda: mede comprido e corta curto.

Bajulação é como moeda falsa: compromete tanto quem a dá como quem recebe a recebe.

Político é como relógio: uns adiantam, outros atrasam, poucos regulam.

A vaidade política é como água salgada: quanto mais se bebe, mais aumenta a sede.

O governo pode destinar o dinheiro para investimento ou para propaganda: com o primeiro ele conquista obras para o povo, com a segunda ele conquista povo para o governo.

Em política, a lisonja é como labareda: destrói a quem abraça.

Oposição é como pedra de amolar: afia, mas não corta.

Democracia sem oposição é como casa sem mulher: nela, vive-se triste.

Quem perde eleição é como quem apanha da mulher: não presta queixa a ninguém.

Oposição deve ser tratada como grama de jardim: tem o direito de viver, mas não pode crescer.

Comentário:

Nicolau Maquiavel, 1469.
Gregório de matos, 1623.
Zé Cavalcanti, 1918.
Todos descreveram sobre como agem os políticos ou como deveriam agir.

Em 2007, acho tudo igual.
Haverá esperança?

06 junho 2007

Soneto de amor

Não me peças palavras, nem baladas,
nem expressões, nem alma. Abre-me o seio,
deixa cair as pálpebras pesadas,
e entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua...,unidos,
nós trocaremos beijos e gemidos,
sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois...abre os teus olhos, minha amada!
enterra-os bem nos meus; não digas nada...
deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!

José Régio

05 junho 2007

A nova FUDENE (final)

...
Finalizo estas palavras
clamando de braço aberto
aos companheiros de luta...
que vamos votar nas puta
pois nos filhos não deu certo.

Jessier Quirino

04 junho 2007

A Rita

Levou os meus planos
meus próprios enganos
os meus vinte anos
e o meu coração
e além de tudo...
me deixou mudo....
o violão.

Chico Buarque

O pior foi ter levado os vinte anos,
Pô! Qua Lé?