A MOITA DO MOITA

A MOITA DO MOITA

Eu só não quero é ter remorso.

24 junho 2006

Ausência

Estou em viagem e longe do meu local de trabalho,
por isso a dificuldade de visitar os amigos.
Tenho estado em fazendas com luz de gerador.

Mas vou deixar vocês com
Antoniel Campos

CONTRA

Contra a ordem, o rito, o senso,
o correto e o seu primado;
contra quando me convenço
que é errado o errado.

Contra tudo que é consenso
— sim, por favor, obrigado.
Contra quando contra penso
ao que foi contra pensado.

E por ser do contra feito,
tenho parte do meu peito
da outra desencontrada.

Mas se sou contra, contudo,
uma parte é contra tudo;
a outra, a favor de nada.

23 junho 2006

Entrevista com Adolf Hitler

Uma entrevista semi-fictícia com Adolfo Hitler. Semi- fictícia por que as perguntas foram feitas hoje, mas as respostas são textos originais do seu livro Mein Kampf.
Vejam só como o poder enlouquece as pessoas que a ele se apegam com avidez doentia.

No Brasil, temos gente com esses sintomas.

A entrevista:

- Como o senhor vê o futuro da Alemanha?

“A única possibilidade de a Alemanha realizar uma política territorial sadia está em conquistar novas terras na própria Europa. Isso teria de acontecer, de modo geral, à custa da Rússia.”

- Quais são os fundamentos do movimento nacional-socialista, que o senhor fundou?

“Tanto nas pequenas como nas grandes coisas, o movimento se baseia na autoridade indiscutível do chefe.”

- Qual pode vir a ser o seu futuro?

“O futuro do movimento depende do fanatismo e até mesmo da intolerância com que seus adeptos o defendam, considerando-o como a única causa justa.”

- O que o senhor acha da livre organização sindical?

“É o mais terrível instrumento de terror contra a solidez da economia nacional e contra a segurança do Estado.”

- Qual é o seu maior inimigo?

“O grande inimigo do movimento é o marxismo, cujo objetivo final é e será sempre a destruição de todas as nacionalidades não judaicas. O marxismo é a tentativa feita pelos judeus no sentido de enfraquecerem o princípio da personalidade, substituindo-o pelo prestígio das massas.”

- Por que o senhor é contra as massas?

“Tudo aquilo que existe de verdadeiramente grande neste mundo resultou da vitória de um vencedor único e não das lutas de coligações.”

- Mas os setores populares, lutando contra a desigualdade, não precisam se unir, se coligar?

“Os judeus falam cada vez mais na igualdade de todos os homens, sem distinção de raça ou de cor; os tolos já estão começando a acreditar nisso. Mas o papel do mais forte é sempre o de dominar. A maioria tende sempre a ser favorável à estupidez.”

- Existem pessoas predestinadas à liderança?

“Genialidade verdadeira é sempre inata.”

- Por que o senhor odeia os judeus?

“O judeu é o mestre da mentira e a fraude é a arma com que ele luta. Se o mundo fosse habitado exclusivamente pelos judeus, eles afundariam na sujeira. Além disso, como viveriam tentando explorar uns aos outros, acabariam por se exterminar mutuamente.”

- A seu ver, existe alguma raça superior às outras?

“Os arianos constituem uma raça que tem sido e continua a ser o ponto mais alto do desenvolvimento cultural da humanidade.”

- Como o senhor espera que o povo acolha suas idéias?

“As massas populares são como as mulheres, cuja receptividade mental é determinada menos por motivos de ordem abstrata do que por uma indefinível necessidade sentimental de uma força que as complete. As mulheres e as massas populares gostam mais dos que mandam do que dos que pedem. Preferem se curvar diante dos fortes a enfrentar os fracos.”

- O senhor despreza os negros. No Brasil, apesar de serem vítimas de poderosos mecanismos de exclusão sócio cultural, existem negros que vêm se destacando em todas as áreas. O que o senhor tem a dizer a respeito, por exemplo, dos artistas, dos escritores, dos cientistas e dos juristas negros que venceram todos os enormes obstáculos e se impuseram à admiração geral?

“Um negro que se torna advogado... Isso é um ultraje, uma ofensa à nossa razão! É uma idiotice criminosa a de quem adestrou durante tantos anos um meio-macaco até chegar ao ponto de fazer acreditarem que ele é um advogado. Enquanto isso acontecia, enquanto esse investimento era feito, milhões de indivíduos pertencentes às raças mais elevadas ficaram sub-aproveitados”

Todas as respostas foram tiradas do original de Mein Kampf (Minha Luta) de Adolf Hitler.

21 junho 2006

Habeas Pinho

Na Paraíba, alguns indivíduos que faziam uma serenata foram presos. Embora liberados no dia seguinte, o violão foi detido. Tomando conhecimento do acontecido, o famoso Advogado, Poeta, ex Senador e ex Governador Ronaldo Cunha Lima enviou uma petição ao Juiz da Comarca, em versos, solicitando a liberação do instrumento musical.

Senhor Juiz.
Roberto Pessoa de Sousa

O instrumento do "crime" que se arrola
Nesse processo de contravenção
Não é faca, revolver ou pistola,
Simplesmente, Doutor, é um violão.

Um violão, doutor, que em verdade
Não feriu nem matou um cidadão
Feriu, sim, mas a sensibilidade
De quem o ouviu vibrar na solidão.

O violão é sempre uma ternura,
Instrumento de amor e de saudade
O crime a ele nunca se mistura
Entre ambos inexiste afinidade.

O violão é próprio dos cantores
Dos menestréis de alma enternecida
Que cantam mágoas que povoam a vida
E sufocam as suas próprias dores.

O violão é música e é canção
É sentimento, é vida, é alegria
É pureza e é néctar que extasia
É adorno espiritual do coração.

Seu viver, como o nosso, é transitório.
Mas seu destino, não, se perpetua.
Ele nasceu para cantar na rua
E não para ser arquivo de Cartório.

Ele, Doutor, que suave lenitivo
Para a alma da noite em solidão,
Não se adapta, jamais, em um arquivo
Sem gemer sua prima e seu bordão

Mande entregá-lo, pelo amor da noite
Que se sente vazia em suas horas,
Para que volte a sentir o terno acoite
De suas cordas finas e sonoras.

Liberte o violão, Doutor Juiz,
Em nome da Justiça e do Direito.
É crime, porventura, o infeliz
Cantar as mágoas que lhe enchem o peito?

Será crime, afinal, será pecado,
Será delito de tão vis horrores,
Perambular na rua um desgraçado
Derramando nas praças suas dores?

Mande, pois, libertá-lo da agonia
(a consciência assim nos insinua)
Não sufoque o cantar que vem da rua,
Que vem da noite para saudar o dia.

É o apelo que aqui lhe dirigimos,
Na certeza do seu acolhimento,
Juntada desta aos autos nós pedimos
E pedimos, enfim, deferimento.

O juiz Roberto Pessoa de Sousa, Poeta também por sua vez, despachou utilizando a mesma linguagem do poeta Ronaldo Cunha Lima: Em soneto.

Recebo a petição escrita em verso
E, despachando-a sem autuação,
Verbero o ato vil, rude e perverso,
Que prende, no Cartório, um violão.

Emudecer a prima e o bordão,
Nos confins de um arquivo, em sombra imerso,
É desumana e vil destruição
De tudo que há de belo no universo.

Que seja Sol, ainda que a desoras,
E volte á rua, em vida transviada,
Num esbanjar de lágrimas sonoras.

Se grato for, acaso ao que lhe fiz,
Noite de luz, plena madrugada,
Venha tocar á porta do Juiz.

14 junho 2006

Busca

Eu busco em você
o que você se esqueceu de deixar.
Deveria ter deixado tudo;
até você mesma.

Moita

10 junho 2006

Espera Armorial

Sua chegada será surpreendente,
e terminavelmente, rápida.
Comendo atalhos,
bebendo o tempo,
iluminando espelhos,
buscando reflexos nos crepúsculos
e confundindo a noite
com o clarear da esperança.

Moita

08 junho 2006

Medidas provisórias

Quando foram criadas as medidas provisórias, não se previa que o governante fosse irresponsável nas suas edições.

Como sabemos, elas entra em vigor no dia da sua edição e o Congresso tem um prazo para aprová-la ou rejeitá-la.

Portanto não se pode editar medidas provisórias, que verse sobre questões do mercado financeiro. A MP 281 foi uma sacanagem de Lula. “o residente no exterior pode comprar títulos e aplicar em fundos e Bolsa sem pagar Imposto de Renda e CPMF”.

Em poucos dias os não residentes no Brasil aplicaram mais de 6 bilhões de dólares. Alem de beneficiar o capital estrangeiro, essa enxurrada de dólares valoriza o real, prejudicando os exportadores, especialmente, os do setor agrícola, que estão quebrados.

Agora vem o pior, o Congresso é obrigado a aprovar porque o dinheiro já entrou. Se não aprovar o Brasil passa atestado de caloteiro, aumentando o risco Brasil e perdendo credibilidade de forma irreversível.

Ou seja, Lula chantageou o congresso com uma ação totalmente irresponsável e nojenta.

E declarou de vez a sua preferência pelo capital estrangeiro em detrimento do trabalhador brasileiro. Exatamente ao contrário do que prometera na campanha eleitoral.

07 junho 2006

Acordo de cavalheiros

Era uma matéria difícil de entendimento para votação no Congresso.

Aí, alguém me disse: “A pauta será destrancada, pois houve um acordo de cavalheiros.”
Ao que respondi: somente existe acordo de cavalheiros,
quando existem cavalheiros.

No PT, cavalheiro é um espécime raro.

05 junho 2006

Chamem a Polícia.


A minha amiga Toque das Ruas me emprestou esta foto.

Fiquei indignado e triste.
Como as mulheres são descriminadas nesse país.
Considero isto, uma verdadeira afronta.
Brasilzinho de merda. Desculpem a expressão.

03 junho 2006

Brasil inverossímel


Existem certas coisas que eu não consigo entender. Por exemplo:
Como pode esse velhinho aqui de cima, ser filho do garotão aqui debaixo. (rssss)

No Brasil tudo é inverossímil.

Não dá pra entender.
Por que dos 160 deputados sanguessugas, só o Bispo Rodrigues ta preso.

Por que os Irmãos Cravinho estão presos e Susana ta “solta”.
O jornalista Pimenta Neves que matou a Sandra Gomide também.

Por que Color de Melo foi cassado por uma Elba e Lula com Gamecorp, mensalão, Okamoto pagando suas contas com dinheiro do Arcanjo (jogo ilegal e etc.), não foi ainda.

Por que não se quebra o sigilo bancário de Okamoto.

Por que Ronaldo Nazário, todo trimestre, se casa com uma top model diferente, e não dá certo.

Por que Parreira levou Ricardinho!

E finalmente, por que que eu estou perdendo tempo com isso?

E tem muito mais, ou não?

02 junho 2006

Ascenso Ferreira V


Noturno

Sozinho, de noite,
nas ruas desertas
do velho Recife
que atrás do arruado
moderno ficou...
criança de novo
eu sinto que sou:

— Que diabo tu vieste fazer aqui, Ascenso?

O rio soturno
tremendo de frio,
com os dentes batendo
nas pedras do cais,
tomado de susto
sem poder falar...
o rio tem coisas
para me contar:

— Corre, senão o Pai-do-Poço te pega, condenado!

Das casas fechadas
e mal-assombradas
com as caras tisnadas
que o incêndio queimou
pelas janelas esburacadas
eu sinto, tremendo,
que um olho de fogo
medonho me olhou:

— Olha que o Papa-Figo te agarra, desgraçado!

Dos brutos guindastes
de vultos enormes
ainda maiores
nessa escuridão...
os braços de ferro,
pesados e longos,
parece quererem
suster-me do chão!
— Ai! Eu tenho medo dos guindastes
por causa daquele bicão!

Sozinho, de noite,
nas ruas desertas
do velho Recife
que atrás do arruado
moderno ficou...
criança de novo
eu sinto que sou:

— Larga de ser vagabundo, Ascenso!

Ascenso Ferreira

Foto: retrato da madame Rimsky-Korsakova por Franz Winterhalter.
Essa era a tela que Ascenso Ferreira mais admirava.

01 junho 2006

Ascenso Ferreira IV

"Oropa, França e Bahia"

(Romance)

Para os 3 Manuéis:
Manuel Bandeira
Manuel de Souza Barros
Manuel Gomes Maranhão

Num sobradão arruinado,
Tristonho, mal-assombrado,
Que dava fundos prá terra.
( "para ver marujos,
tituliluliu!
ao desembarcar").

...Morava Manuel Furtado,
português apatacado,
com Maria de Alencar!

Maria, era uma cafuza,
cheia de grandes feitiços.
Ah! Os seus braços roliços!
Ah! Os seus peitos maciços!
Faziam Manuel babar...

A vida de Manuel,
que louco alguém o dizia,
era vigiar das janelas
toda noite e todo o dia,
as naus que ao longe passavam,
de "Oropa, França e Bahia"!

— Me dá uma nau daquelas,
lhe suplicava Maria.
— Estás idiota , Maria.
Essas naus foram vintenas
Que eu herdei da minha tia!
Por todo o ouro do mundo
eu jamais as trocaria!

Dou-te tudo que quiseres:
Dou-te xale de Tonquim!
Dou-te uma saia bordada!
Dou-te leques de marfim!
Queijos da Serra Estrela,
perfumes de benjoim...

Nada.
A mulata só queria
que o seu Manuel lhe desse
uma nauzinha daquelas,
inda a mais pichititinha,
prá ela ir ver essas terras
"De Oropa, França e Bahia"...

— Ó Maria, hoje nós temos
vinhos da quinta do Aguirre,
uma queijadas de Sintra,
só prá tu te distraire
desse pensamento ruim...
— Seu Manuel, isso é besteira!
Eu prefiro macaxeira
com galinha de oxinxim!

"Ó lua que alumias
esse mundo de meu Deus,
alumia a mim também
que ando fora dos meus..."
Cantava Seu Manuel
espantando os males seus.

"Eu sou mulata dengosa,
linda, faceira, mimosa,
qual outras brancas não são"...
Cantava forte Maria,
pisando fubá de milho,
lentamente no pilão...

Uma noite de luar,
que estava mesmo taful,
mais de 400 naus,
surgiram vindas do Sul...
— Ah! Seu Manuel, isso chega...
Danou-se de escada abaixo,
se atirou no mar azul.

— "Onde vais mulhé?"
— Vou me daná no carrosé!
— Tu não vais, mulhé,
— mulhé, você não vai lá..."

Maria atirou-se n´água,
Seu Manuel seguiu atrás...
— Quero a mais pichititinha!
— Raios te partam, Maria!
Essas naus são meus tesouros,
ganhou-as matando mouros
o marido da minha tia !
Vêm dos confins do mundo...
De "Oropa, França e Bahia"!

Nadavam de mar em fora...
(Manuel atrás de Maria!)
Passou-se uma hora, outra hora,
e as naus nenhum atingia...
Faz-se um silêncio nas águas,
cadê Manuel e Maria?!

De madrugada, na praia,
dois corpos, o mar lambia...
Seu Manuel era um "Boi Morto",
Maria, uma "Cotovia"!

E as naus de Manuel Furtado,
herança de sua tia?

— continuam mar em fora,
navegando noite e dia...
Caminham para "Pasárgada",
para o reino da Poesia!
Herdou-as Manuel Bandeira,
que, ante a minha choradeira,
me deu a menor que havia!

— As eternas naus do Sonho,
de "Oropa, França e Bahia"...