A Princesa não foi eficaz

Eficiência: fazer de maneira certa, as coisas.
Eficácia: fazer as coisas certas.

Em linhas gerais e de forma simplista, essas são as diferenças básicas entre as duas palavras.

Fala-se ainda, em senso de oportunidade, mas isso já está embutido na eficácia; para se fazer a coisa certa, tem-se que fazê-la na hora certa. O extemporâneo é desastroso, portanto, não eficaz.

O maior erro que o Brasil cometeu, foi quando na época da Libertação dos Escravos, não ter feito, simultaneamente, a reforma agrária.

O Brasil era eminentemente agrícola. 95% dos escravos viviam no campo e consequentemente somente entendia de plantar, colher e processar café, cacau, cana-de-açúcar, algodão e/ou cuidar de rebanhos.

Se tivesse acontecido, temporâneamente, a reforma agrária, com distribuição de terras para as famílias negras, o Brasil seria hoje uma das maiores potencias mundiais.

Teria sido fácil fazer, até porque a maioria das terras pertencia ao Império. Talvez o receio da Princesa fosse a reação dos oligarcas, comprometendo a própria Lei Áurea.

Conta-se que, nas semanas e meses que se seguiram a Lei Áurea, as estradas que levavam a S. Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, Belo Horizonte e outras grandes cidades, ficaram intransitáveis com caravanas de famílias de ex escravos.

Na zona urbana eles nada sabiam fazer.
Fizeram o que foram obrigados a fazer: Favelas.

No grande Brasil injusto,
aos negros, escravizaram.
O choro dos filhos brancos,
as mães pretas consolaram,
e o leite dos filhos pretos,
os filhos brancos mamaram.